Profundezas
Vem de há muito essa insensatez eterna
Desvendada por um
estrangeiro caminhante
Que por aqui aportou
trazido pelo acaso de um rio
Num belo dia, sequioso
de aventuras, deu a si um rendez-vous
Quem viu primeiro o
gesto, sentiu primeiro o cheiro, se encantou em um passeio
Com o que seria, um
dia, não mais que um desvaneio
De há muito aquilo se
esperava
Era ele e era ela um e
outro uma promessa de paz na eternidade
E eis que aqui na terra
quente viveram duelos, noites e dias
Ele, razão vigilante.
Ela, sexo ardente
Jamais se entenderam
com palavras e com silêncios
E, depois, passaram a
viver felizes para sempre
Na noite eterna da
separação de corpos e de mentes.
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