Ultramares
Incauta,
O sabor do sal
Expele pelas tuas lágrimas
E alimenta o meu suor.
No fundo do céu
Já vão as horas
desta tua euforia
Etérea Oh, ilusão
Pare o teu espírito de Musa
Voraz harpia
E brada aos ventos qu'eu te amei
Incauta,
Sorve a gota
Do meu sêmen impuro
O meu veneno prestimoso deixado
às baratas Oh, água
Narciso brota do teu cristalino
Chora agora, Incauta
Dá a cara aos tapas da tua insensatez
E vinga, ingênua,
Em ti o sonho
De saber-te nua inteiramente
Tua em frangalhos de existência
E chora agora, divina Incauta
Pois desponta o tempo
Em que renascerás, enfim,
Insana e douta.
5 Comments:
Que coisa forte, Sô!
adoro rasgar a carne, pt's.
vc está escrevendo como gente grande... belíssimos versos!
Sô, feliz 2007! Aproveito para avisar o novo endereço do Pindorama (o velho deu pau):
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além, é claro das mariposas, onde estão os textos mais literários:
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bela poesia...
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