sexta-feira, abril 28, 2006

lá vem o navio que vem de um navio

nessas horas duras, estou dando goladas na minha garrafa de rum (da
martinica, superior... sobrou dum jantar). três malas
enormes sobre o chão. impossível andar dentro do meu 16 metros quadrados com balcon. coloquei o manduka caravanas. manduka sempre vem com a palavra certa. eu amo esse
homem, simples, sincero, verdadeiro, porta-voz da vida e de seus mistérios.

tá difícil colocar a última peça na última mala. não por falta de espaço,
mas por falta de coragem.

mais um gole de rum.

amanhã deixo minha casa e vou pra casa dele. vivi coisa parecida em 2002. apenas parecida... o que já é um perigo para o psquismo.

é uma ida. regressar já não faz mais muito sentido. eu tenho achado que qualquer humano é da esquina de qualquer mundo, simplesmente. o humano tem medo e cria raizes, ou foge delas. um hipopótamo pode ser arrastado por uma tsunami no Quênia e parar do lado de uma tartaruga na Birmânia e ainda assim ele é um hipopótamo, e certamente vai se dar bem com a tartaruga. mas eu tenho medo do Rio. Vou rezar para ser um hipopótamo na próxima encarnação. Eu preciso aprender a me deixar ir.