sexta-feira, março 27, 2009

Cherichard

"Iracêmah...". Ouvi ontem na secretária eletrônica, antes de você morrer. "Iracêmah..." de novo hoje, após saber o que houve com você. Deixar de existir de uma hora para outra ainda que se continue existindo na gente. Agora é você quem me força a encarar essa: eu não posso fazer nada. Coloquei a última dose do uísque no copo, Richard! Isso eu ainda posso fazer, por você, por competência e por direito. Estou na França, não no Afeganistão. Richard, seu louco varrido: vá. Mas vá com tudo! Como sempre, meu amigo.

quarta-feira, março 11, 2009

dízima periódica

Nascemos um corpo. Recebemos um nome. Para morarmos, um lugar; quando muito, um endereço. Na cidade ou no deserto, atravessamos ruas ou fronteiras. Nômades ou sedentários, tudo indica que seguimos com uma identidade. Uma. Ilusão. Uma. Ilusão.

No decorrer das horas, dias. Humanizados, na linha do tempo, percorremos eras. Faz horas que não sou mais. Eu somos. Penso, logo não sou mais. Estou. Estamos.